A expectativa da Secretaria de Segurança e Trânsito era armar 40 guardas, no entanto, com o baixo índice de aprovação nos testes psicológicos Crespão avalia que será possível armar no máximo 20 guardas.
O secretário explicou que o esquema de controle das armas e munição utilizadas pela guarda será rigoroso. “O guarda receberá a arma e a munição no almoxarifado, caso houver algum disparo na via pública, este disparo deverá ser registrado na Secretaria, que vai apurar todas as circunstâncias”.
A história do armamento da guarda deve passar ainda por duas outras etapas. “Tínhamos uma expectativa de que pelo menos 50% fossem aprovados visto que após passarem no concurso escrito, eles participaram da avaliação física e psicológica. No teste psicológico de admissão entendeu-se que estas pessoas estavam aptas para o desempenho da função. A empresa que aplicou os testes, nesta etapa, seguiu a risca as exigências da Polícia Federal. Agora os considerados aptos vamos encaminhar para o curso de tiro”.
Crespão esclareceu que os profissionais não aprovados, não significa que estão inaptos para desempenhar a função de GM ou que nunca serão armados, porque nos próximos dias, as psicólogas vão repassar a cada guarda a avaliação dos testes e expor os motivos da reprovação. “O fato deles não terem sido aprovados não vejo problema de continuarem exercendo um trabalho que muitos realizam há mais de 17 anos”.
Segundo Crespão, a expectativa era que a Guarda estivesse armada até dezembro, porém não será mais possível, porque neste momento a Secretaria ainda aguarda a aprovação de um Convênio com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para ministrar o curso de tiro. “O curso totaliza uma carga horária 160h de duração, sendo 100h para revólver e 60h para pistola. Não teremos tempo hábil para firmar o convênio com a PF para ainda este ano”.
Um dos requisitos para armar a Guarda Municipal foi a criação da corregedoria e da ouvidoria. Conforme Crespão, estes setores são responsáveis por acompanhar a conduta de cada Guarda Municipal quando estiverem em trabalho. “Quando recebemos alguma reclamação na Secretaria ou na Ouvidoria do Município, sempre ouvimos o denunciante e o guarda. Levantamos todas as informações que envolveram a situação e se for preciso o profissional é punido conforme o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Toledo, que abrange desde advertência verbal, escrita, suspensão até abertura de sindicância”.
O diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Toledo (SerToledo), Moacir Campos, está preocupado com o alto índice de reprovação nos testes. Para ele, este resultado reflete a falta de atenção da Administração Municipal para com a corporação.
De acordo com Campos, estes critérios de avaliação representam o que está acontecendo na Guarda Municipal há dez anos que sofre com uma desvalorização profissional. “Uma vez criada a GM, o agente tem em mente que é um profissional de segurança pública e ao longo deste tempo foi ridicularizado ou reduzido a simples função de recepcionista e porteiro”.
Campos salientou que o processo do concurso público da GM foi totalmente equivocado. “Este processo de armamento deveria ser um critério antes do ingresso do profissional na GM. É preciso fazer uma reflexão sobre as atribuições deste servidor e como está sendo tratado”.
Ele afirmou que este resultado afetou a corporação, porque os guardas municipais, como profissionais da segurança pública criaram uma expectativa e a arma de fogo é uma ferramenta para este fim. “A forma como foi conduzido este processo afetou o psicológico da corporação. O questionamento deve ser feito, avaliado de imediato pela Administração, a qual deve se preocupar em ter ações que motivem estes profissionais”.
Por Selma Becker e Graciela Souza
Desvalorização da corporação