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AMBIENTE

Demanda por água potável cresce em torno de 1 milhão de litros por ano, em Toledo

A cada três ou quatro anos é necessário interligar um novo poço de alta profundidade e cada poço interligado custa em média 2 milhões de reais

28/08/2023 - 20:26
Por Redação


A crise hídrica e o crescimento populacional são desafios a serem enfrentados no abastecimento de água. Ano a ano as precipitações tem ficado abaixo da média em muitas regiões, em 2022 em Toledo, a crise hídrica atingiu o setor produtivo da agropecuária, obrigando a Prefeitura de Toledo levar caminhões pipa para as regiões de Cerro da Lola, São Salvador e Dez de Maio.

Para o abastecimento urbano a Sanepar tem investido em poços de alta profundidade para suprir a demanda. “Com o crescimento populacional para o futuro haverá necessidade de uma nova captação superficial, ou seja, captar água em outro rio além do Rio Toledo que já está na sua capacidade máxima de outorga. Existe um estudo para captação de água no Rio Santa Quitéria no futuro”, alerta o gerente regional da Sanepar Toledo, Eduardo Arrosi.

Segundo Arrosi a capacidade de produção na sede de Toledo é de 33.834 metros cúbicos de água por dia, (33.834 milhões de litros de água). No Distrito de Novo Sarandi são 1.000 m³/dia (1 milhão de litros de água); no Distrito de Vila Nova são 600 m³/dia (600 milhões de litros de água); no Distrito de Dois Irmãos são 140 m³/dia, (140 milhões de litros de água); e na Comunidade de Ouro Preto são 200 m³/dia (200 milhões de litros de água).

Esta produção na sede municipal apenas 35% é proveniente do Rio Toledo e o restante é oriundo de 11 poços de alta profundidade, já nos distritos a produção é feita por poços para atender a estas comunidades.

A demanda média na sede municipal é de aproximadamente 29.000 m³, ou seja, 29 milhões de litros de água dia, contra uma produção diária de 33.834 milhões de litros de água, no entanto, no verão esta demanda aumenta, chegando muito próximo do limite de produção. “Nos dias mais quentes e com maior consumo a demanda máxima chegou a 32,5 milhões de litros em um dia”. A Sanepar atende ainda os Distritos de Novo Sarandi que tem uma demanda máxima: 600 m³/dia, Vila Nova que a demanda máxima é de 500 m³/dia; Dois Irmãos 120 m³/dia e a Comunidade de Ouro Preto que demanda no máxima 80 m³/dia.

O gerente regional da Sanepar Toledo, Eduardo Arrosi diz que há a necessidade de investimentos em novos poços de alta profundidade.
 “Com o crescimento populacional atual de Toledo a demanda por água cresce em torno de 1 milhão de litros por ano para atendimento à população. Com isso, a cada três ou quatro anos é necessário interligar um novo (poço). A perfuração de um poço nos padrões Sanepar, com as proteções necessárias para evitar contaminações custa cerca de R$ 200.000. O custo da interligação e operacionalização depende da distância em que o mesmo está localizado e para qual centro de reservação será enviado, além da capacidade de produção de água. Porém, atualmente cada poço interligado custa em média 2 milhões de reais”.

Novos poços


Arrosi explica que a Sanepar está iniciando, neste mês, a ampliação de vazão de um poço já existente. “Foram feitos testes e é possível captar 1 milhão de litros a mais por dia. Esse poço está localizado às margens do Rio Toledo, próximo a Sanga Manus. Serão investidos mais de R$ 600.000 com a substituição de bomba, entrada de energia, quadro de comandos da parte elétrica e automação. A estrutura de tubulação será utilizada a existente”.

Outro Projeto em andamento é a interligação de um poço para atendimento ao novo bairro Biopark. “A Sanepar assumirá a operação deste Bairro no ano de 2024 e para isso será interligado um poço com vazão de 2 milhões de litros por dia e implantado um reservatório com capacidade de 150 mil litros. A previsão é ter as obras prontas no 1º semestre do ano que vem. Temos em nosso planejamento a interligação de mais um poço em 2025 para ampliar a produção na região do Jardim Porto Alegre e outro, em 2026, para ampliar a produção na região central da cidade”.


Consumo e preservação consciente


A crise hídrica é reflexo de vários fatores ambientais e requer grandes ações, mas na ponta do consumo pequenas atitudes fazem a diferença. No uso doméstico, ter um consumo racional, adequado e sem desperdícios e fazer o reaproveitamento da água fazem parte das recomendações.

Este tipo de ação além de se configurar como crime ambiental interfere também no abastecimento de água. E não só, os dejetos de suínos, mas de outros tipos de cultura como a piscicultura, podem levar a paralisação do tratamento. “O Rio Toledo possui uma bacia bem preservada e são raros os eventos deste tipo, que fazem com que o tratamento seja paralisado. O último evento grande deste tipo ocorreu em dezembro de 2020 quando houve um despejo irregular, provavelmente proveniente de despesca e a Estação De Tratamento de água ficou paralisada por mais de 12 horas causando falta de água em parte da cidade de Toledo”. 

O gerente regional da Sanepar Toledo, Eduardo Arrosi alerta que, quanto pior a qualidade da água, mais caro o tratamento da mesma. “Não temos como precisar o aumento em valores, pois depende de diversas variáveis, como turbidez, PH ou existência de carga orgânica elevada. O mais grave é que dependendo da quantidade de carga orgânica, não existe a possibilidade de tratamento e o processo precisa ser paralisado”.

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